1 maio, 2015

Nome bom pra cachorro!

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por Máucio

Cachorro também é gente, já sentenciou um antigo ministro tentando explicar uma encrenca quando foi flagrado levando seu cusco ao veterinário com uma viatura oficial. Cachorradas à parte (que me perdoem os cães), o certo é que a proximidade entre o homem e esse animalzinho é realmente muito intensa, a ponto de confundirem-se as criaturas.
Quando se ganha um filhote, uma das questões mais atraentes para os novos proprietários (perdão 2) é a escolha do nome.
Também nessa hora a confusão sujeito/animal é frequente. Existem pessoas com nome de cachorro e caninos com nome de gente. Rex, por exemplo, serve tanto para homem como para bicho – além de nome de cinema, claro. O mais comum, porém, é cachorro com nome de homem.
Um amigo de infância chamava seu cão de J Francisco. O Elias batizou de Léo o seu cão
mais memorável. Mais tarde colocou o nome Caruso num cão adotado, conforme me justificou, foiporque uivava muito a noite, lembrando um tenor.
Buba é o nome da chihuahua da vizinha da frente, por conta de uma personagem de novela. Outra amiga tem um cachorro chamado Freud e garante que foram as crianças que escolheram. Sei lá o que o tal bichinho explica! Guria é o nome do poodle mestiço da Liara. Pode haver uma expressão mais feminina e gaúcha!? O do Byrata é Jack, alcunha mais humana que a do dono.
Meu irmão tem um fiel companheiro, invariavelmente postado no banco do carona, cujo apelido é Binho. Hoje perguntei o porquê, a explicação é que foi em homenagem ao piloto Rubens Barrichelo. Segundo ele, o amigo é muito, muito lerdo.
Maria, uma parente distante, chegou lá em casa e só falava no Guimarães que havia ficado em Porto Alegre. Não posso me demorar porque o Guimarães ficou só. Se eu não voltar logo o Guimarães vai ficar chateado. Volta e meia metia o Guimarães na conversa. Só no final da visita é que ficamos sabendo que se tratava do seu bulldog de estimação.
Na nossa casa sempre tivemos cachorros, criados no pátio e com todo o conforto que eles precisam. Na hora da escolha do nome se procurava um momento de estalo criativo pra decidir. Um dos cachorros mais famosos que tive chama-se Lupi. Na verdade o nome mesmo era Lupicínio e Rodrigues por causa do sobrenome da família. O motivo da escolha é semelhante ao do Elias, com uma diferença. O filhote dormia o dia inteirinho e uivava à noite, o nome deveria, pois, lembrar boemia.
Outro cão apareceu lá em casa logo após o término da Copa do Mundo de 1990, na Itália, onde o jogador Totó Schillaci tornou-se o destacado goleador italiano. É evidente que o novo cãozinho que ganhei tinha tudo para vir a se chamar Totó, e assim foi. Seu nome completo era Totó Esse que Late!
Surpreendente e inesquecível, porém, é o cachorro da minha infância, que habitou muitos anos conosco. O nome foi dado por meu pai que era um sujeito muito brincalhão. Nosso guaipeca se chamava Jatedisse! Para mim, soava como um nome próprio, normal.
Só me dava conta que não era, quando um primo perguntava: qual é mesmo o nome do cachorrinho? O pai respondia exclamativo: Jatedisse! E logo vinha o riso dele e dos meus irmãos.