28 dezembro, 2011

O tempo não para.

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Por Máucio

A gente passa o ano inteiro ouvindo expressões como: poxa, já estamos em maio; credo, já é agosto; cruzes, já está chegando o fim de ano!
As pessoas vivem reclamando que tudo está rolando muito depressa. Será que foi o tempo que mudou ou foram os viventes?
Tem uma teoria bem simplória que tenta explicar esse fato. Para uma criança de quatro anos de idade, 12 meses representam 25% de sua existência, para um indivíduo de quarenta, significam apenas 2,5%. Isso quer dizer que quanto mais velho o sujeito fica, mais 1 ano parece menos.
Não sei bem se faz sentido, mas tem certa lógica. Na verdade o que parece que mudou mesmo nos últimos tempos é o número de afazeres e a rapidez dos acontecimentos e contatos. Alterou-se a velocidade das coisas.
Por exemplo, uma conquista amorosa antigamente poderia levar meses ou até anos. Nos dias atuais se consegue com facilidade o nome, o fone, o email, o MSN, o Twitter – e não sei mais o que – da pretendida. Em poucos dias, horas, minutos se estabelecem as possibilidades do enlace. Ou dá ou desce.
Os celulares e a Internet são sem dúvidas os grandes aceleradores do nosso cotidiano. Muitas vezes, por força da profissão, ficamos plugados 8, 12, 16 horas por dia. Na verdade estamos todos linkados 24 horas por dia, até mesmo quando dormimos.
Com isso a sensação que o tudo passa muito depressa é ainda mais evidente. Isso se deve também à hegemonia avassaladora do Deus Cronos. Nele a noção do tempo é matemática, preciso, sequencial, com os eventos enfileirados. Vivemos a cada minuto como se participássemos de um enredo complexo, cheio de inícios e fins a cada momento.
A vida humana, no entanto, possui outras dimensões: a da continuidade, da contemplação e da emoção, que sucumbem diante das fragmentações contemporâneas. Precisamos de menos cronologia e mais atemporalidades.