E se a UFSM não existisse?
por Máucio
Em nosso país o número de pessoas com diploma de curso superior é muito pequeno, perto de 5% estima-se, enquanto que a quantidade de indivíduos que não possuem o ensino fundamental completo é volumosa, na casa dos 40%. Estes dados mostram o Brasil numa situação muito incômoda.
No entanto, neste sentido, Santa Maria é um caso a parte. Não precisamos nem contar muito amiúde para afirmarmos isso, basta compararmos a população e a quantidade de alunos que residem aqui. Fala-se que, de cada três habitantes um é estudante.
Os índices são muito significativos também no que se refere ao ensino superior. É bem comum estarmos em lugares – bares, restaurantes, cafés, cinemas, repartições – em que a maioria presente é graduada ou universitária. Isso não é a normalidade das cidades brasileiras. Nem das pequenas, nem das médias, nem das metrópoles.
Essa realidade local é resultado de um conjunto de fatos, mas sem dúvida, o principal deles teve início há 50 anos, quando um grupo de professores, liderado pelo Prof. Dr. José Mariano da Rocha Filho, cismou em fundar a primeira universidade do interior do país.
Hoje se pode dizer que não existe nenhuma pessoa ou família do centro do estado do Rio Grande do Sul que não receba, direta ou indiretamente, os benefícios dessa jubilosa instituição. Seja no aspecto educacional propriamente dito, como na área da saúde, tecnologia, cultura, etc., através de suas ações de ensino, pesquisa e extensão.
Nem é bom imaginar a situação desta região se esse empreendimento iluminado não tivesse vingado. Certamente estaríamos fadados a um deserto semelhante ao de grande parte dos municípios onde o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, IDH-M, é puxado ainda mais para baixo devido aos fracos números relativos à educação.
No corre-corre cotidiano, entretanto, nem sempre é dada a devida atenção à importância regional dessa entidade de ensino ao longo dessas (apenas) cinco décadas.
Seria bom nos perguntarmos mais frequentemente: o que seria de Santa Maria sem a UFSM? Façamos um exercício de imaginação.
Onde cada um de nós estaria? Eu, por exemplo, muito provavelmente, não estaria escrevendo este texto neste momento e também, talvez, nem este sítio existisse.
Que achas Claudemir?
E tu, amigo leitor, o que estarias fazendo?
E os teus filhos?